AUDIÊNCIAS DE TELEVISÃO

A GFK vai experimentar em breve o novo sistema de medição de audiências, com ele a iniciar a sério a 1 de Janeiro de 2012. Para o director-geral da empresa, António Salvador, “Começamos este mês a fase da identificação do universo e da selecção da amostra. A instalação dos aparelhos está prevista para o início da segunda metade do ano” (Correio da Manhã). A tecnologia a usar será a de audio-matching (método de amostragem de som para a detecção dos canais).

COMO ORGANIZAR UM CASAMENTO SEM PERDER A CALMA

Um workshop inicial de Wedding Planner, que “ministrará uma formação inicial básica para planificar uma festa de casamento, gerir tempos, coordenar os serviços básicos, saber seleccionar o local, o ramo, o vestido de noiva, e optimizar recursos”. Destinado a: Noivas, Noivos, Fotógrafos, Profissionais da área Audiovisual, Profissionais dos Serviços de Catering e Restaurantes, Pasteleiros, Músicos, Dj’s., Relações Publicas, Agentes de Viagens, Directores de Hotéis e Banquetes, Pessoas interessadas no tema. Estoi, Faro, 30 de Abril. Como organizar um casamento, Como organizar um casamento.

VIDEOCLUBES

“Há cinco anos, o número de videoclubes em Portugal rondava os 1800. Em 2010, eram cerca de 300 (menos 83 por cento). As contas são da Federação Portuguesa de Editores de Videogramas (Fevip, que representa as editoras que vendem filmes aos videoclubes) e mostram um sector em queda abrupta” (Público). Razões: pirataria, partilha online e ofertas dos operadores de televisão.

BERTRAND

A Bertrand tem a mais antiga livraria aberta em todo o mundo, como foi declarado esta semana pelo Guiness, a funcionar desde 1732 no Chiado. Ontem, para festejar essa nomeação, alguns jornais, como Público e Expresso, traziam uma falsa capa com publicidade da Bertrand.

Tiro duas conclusões. A primeira é que a falsa capa era bonita. A segunda é que os jornais estão a editar publicidade em falsas capas. Que me lembre, está é a segunda campanha que vejo; a outra foi publicada simultaneamente no Público e no Correio da Manhã. O que pode querer dizer que a publicidade regressa aos media tradicionais.

CANAL 180

O Canal 180, ideia que ganhou o Prémio Nacional de Indústrias Criativas em 2010, é o primeiro canal português de televisão exclusivamente dedicado à cultura. Diferente, com poucos meios, em registo low-cost, aposta na colaboração com os agentes culturais para preencher seis horas de programação diária (RTP). A Open Source Television (OSTV) é a televisão responsável pelo lançamento do canal, cujo nome teve origem na posição que vai ocupar, a partir de amanhã, na grelha digital da ZON (JPN).

DEZ ANOS DE SIC RADICAL

Passaram já dez anos da vida da SIC Radical. Nomes como Bruno Aleixo, João Manzarra, Fernando Alvim, Rui Unas, Solange F., Ana Rita Clara e Rui Sinel de Cordes seriam alguns dos mais conhecidos ao longo desses anos. Um colectivo ganhou fama aí e saltou para os canais tradicionais: o Gato Fedorento. E ainda os Homens da Luta. Diz o director do canal, Pedro Boucherie Mendes, que a SIC Radical está a procurar ser menos ruidosa, menos juvenil e com mais classe. O público inicial da estação tinha 20 anos, agora já vai nos 30. [a partir de texto do jornal Público]

RESISTÊNCIAS

Sei que o tema foge à linha editorial do blogue, mas registo este evento a decorrer amanhã, a partir das 20:00, no laboratório e espaço de exposições de Pièce de Résistance no Museum of National History. Local: Mediamatic Bank, Vijzelstraat 68, Amsterdam, Holanda. Quem convida é Erik Schilp, o director do museu. Haverá histórias sobre a história da resistência, em especial a holandesa, com música e performances. Mais informações em Mediamatic.

AUDIÊNCIAS DE MEIOS (1952)

“Todos os jornais e revistas possuem leitores, poucos ou muitos. Porém, os jornais e as revistas têm tiragens que nem sempre correspondem ao seu verdadeiro número de leitores. Há que diferenciar entre os chamados leitores regulares e os leitores ocasionais ou excepcionais, como sejam os leitores de domingo, nos jornais, ou de tiragens especiais, nas revistas” [Salviano Cruz (1952). “Problemas económicos dos jornais e revistas de Portugal e os seus leitores”. A Revista de Pesquisas Económico-Sociais, 3: 303-319].

Assim, pergunta Salviano Cruz, quantos leitores tem determinada publicação? E como são qualitativamente, social e economicamente? O autor parte de um inquérito feito em Lisboa e no Porto pelo processo de amostra estruturada (embora não diga o número de inquiridos, a data em que o trabalho foi feito, qual a entidade que solicitou o estudo e a margem de erro, elementos hoje fundamentais num inquérito, mas indica haver dois estudos por ano, em Junho e em Dezembro). Trata-se, a meu ver, do primeiro texto e estudo de meios em Portugal, pelo que merece uma atenção especial.

Quanto a Lisboa, o jornal mais lido em 1952 era o Diário de Notícias, seguindo-se o Diário Popular, O Século e O Diário de Lisboa, este apresentado como “o jornal mais progressivo e dinâmico desde há 20 a 25 anos”. Além dos chamados quatro grandes, o autor faz uma classificação da imprensa independente em três grupos: 1) desportiva, com A Bola à frente, 2) política, com O Diário da Manhã à frente de A República, e 3) católica, com As Novidades e A Voz. Em Lisboa, 60% dos leitores de classe média e superior, 73% da classe média baixa e 70% de homens e 59% de mulheres lêem o Diário de Notícias; no Porto, 80% de leitores da classe média alta lêem O Primeiro de Janeiro, com 66% de homens e 43% de mulheres.

Já no tocante aos jornais do Porto, O Primeiro de Janeiro aparece à frente, seguido do Jornal de Notícias, O Comércio do Porto e o Diário do Norte. Na imprensa desportiva, O Norte Desportivo aparece à frente de A Bola e O Mundo Desportivo.

Enquanto em Lisboa a imprensa do Porto não chega aos 6%, no Porto a imprensa de Lisboa alcança 27%. Em termos de leitura regular, o Diário de Notícias atinge 57% dos leitores, a que se seguem O Diário Popular e O Século.

O impacto da publicidade junto dos leitores é um dos elementos primordiais do estudo de Salviano Cruz. Por exemplo, a publicidade a produtos higiénicos de carácter feminino no Diário de Lisboa parece pouco indicada. Por outro lado, o preço da publicidade em O Século pode não se justificar, dado o número pouco representativo de leitores que a apreciam. O autor recomenda ser pouco aconselhável economicamente fazer publicidade nos quatro principais jornais de Lisboa em simultâneo. No Porto, para os produtos populares de multidão (é a palavra usada), O Jornal de Notícias é o segundo mais indicado. Destaca-se a atitude menos receptiva à publicidade por parte de O Primeiro de Janeiro.

Salviano Cruz chama a atenção para as estatísticas inflacionadas de tiragem e de vendas apresentadas pelos jornais.

Quanto a revistas, o estudo conclui que 17% da população de Lisboa e 42% da população do Porto não lê revistas. As mais lidas são O Século Ilustrado (45 mil leitores), A Flama (cerca de 43 mil leitores), Modas e Bordados (quase 38 mil leitores). Os leitores regulares predominam sobre os ocasionais. Se O Século Ilustrado é lido pela classe média superior para cima e tem mais leitores masculinos no Porto e femininos em Lisboa, A Flama é lida pela classe média baixa, principalmente no Porto, com maior afluência de leitores católicos. Modas e Bordados e Eva são publicações para mulheres e As Selecções do Reader’s Digest tem na classe média alta o maior número de leitores.

Dos assuntos mais lidos nos jornais, primeiro vem o noticiário internacional e depois o nacional. Os leitores de O Século também gostam de ler os editoriais e o caso do dia (penso que crime ou outro assunto do dia) e os leitores do Diário de Notícias apreciam os anúncios e a secção Cidade.

O autor, na parte final do seu artigo, volta ao tema da publicidade. Escreve ele que, em contraste com as dificuldades da publicidade na imprensa, a da rádio está em aperfeiçoamento, além de que existem cerca de 600 mil aparelhos espalhados pelo país. O maior jornal não ia além de 90 mil leitores, o que indica uma maior concorrência entre os meios. A televisão ainda não tinha chegado e baralhado de novo as estimativas.

PORTO

O casamento é uma decisão privada que requer um acto público. À porta da igreja ou do registo civil, com ou sem convidados, a fotografia é um elemento que perpetua o acto. Mas a cidade surpreende-nos, ao vermos os noivos posarem. A rua estava cheia de transeuntes, que passeavam, tomavam café, faziam compras de Páscoa, numa magnífica tarde primaveril. O casal, anónimo para o passeante, associava-se ao movimento, à azáfama, à novidade urbana. Uma máquina que não a do fotógrafo oficial captou o gesto – o sorriso dele, a presença dela. Um acto de entre milhares de actos ao longo da rua (Abril de 2011, Rua de Santa Catarina, Porto).

INSTRUMENTOS DE SOPRO

O IV concurso nacional de instrumentos de sopro Terras de La Salette terminou em Oliveira de Azeméis após a audição a três centenas e meia de músicos de todo o país. O concurso reuniu ao longo de cinco dias músicos de 130 concelhos, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. O concerto dos laureados realiza-se hoje, às 17:00, no cineteatro Caracas. O concurso Terras de La Salette é uma organização da autarquia de Oliveira de Azeméis – que prestou esta informação – em parceria com a Federação das Associações do Município de Oliveira de Azeméis. Decorre anualmente neste concelho de tradição musical, com seis bandas filarmónicas e uma academia de música em actividade permanente.

TEATRO

“Se Adão e Eva eram brancos de onde é que vieram os pretos”?

“Percutindo bidons, cruzando palavras e canto, erguendo a voz ou evocando a poesia num bailado, Nosso Senhor da Purificação comove, provoca e cativa o público num espectáculo onde a música, a luz e a representação se elevam a prece. Ao longo de sessenta minutos são apresentados diferentes quadros do processo clássico de imigração e consequentes problemáticas de integração na sociedade de acolhimento. Numa perspectiva crítica e dinâmica da sociedade urbana actual fala-se abertamente de partidas e chegadas, de sonhos e de loucura, levantam-se dúvidas e afirmam-se certezas”.

Textos: actores, António Terra, Hugo Barreiros, Ondjaki, São Correia. Actores: Anuku Lorosae, Gany Ferreira, Hélder Silva, Mada Madavazane, Mary Joss, Solange Sanhá, Soraya Ramos. Participação especial: Valéria Carvalho. Composição e direcção musical: Pedro Lima. Coreografia: Sandra Roque.

Teatro A Barraca, 28 de Abril a 1 de Maio.

WRITING THE PRESS INTO HISTORY – CfP

The theme of Newspaper and Periodical History Forum of Ireland Conference, which will be held at the National Library of Ireland on 18-19 November 2011, is Writing the press into history. This theme examines how journalism and the press has been, and can be, integrated into wider political, economic, social and cultural histories. Given the growth in the number of scholars, both nationally and internationally, writing about the history of journalism and the press it is timely to examine critically what all this activity means for the relationship between writing about the press and mainstream national and transnational histories. Topics that conference papers might address include: the role of the press in politics and diplomacy, the journalist as historian or as participant / witness to historical events, the business of newspapers & periodicals as part of the wider economy, journalistic biography / autobiography, the press as participant in, or its impact on, historical events, writing press history, using newspapers and periodicals as a source for historical research, and the press and global / transnational history. There will be a special open session during the conference for early stage researchers, at which emerging scholars, who are researching any aspect of newspaper, periodical or journalism history, may present their research. To submit a proposal, please email a 500-word summary of your paper to the Forum secretary, Mark O’Brien, at nphficonference@gmail.com. Please also include a brief biographical note and please also indicate if you wish to participate in the session for early stage researchers. To join the Forum, please contact the membership secretary, Caroline Connolly, at caroline.connolly26@mail.dcu.ie. The closing date for submission of proposals is 31 May 2011.

CIENTISTAS SOCIAIS EM REDE

O sítio Social Science Space, criado recentemente, permite aos cientistas sociais explorarem, partilharem e trabalharem nos grandes temas das ciências sociais, criado pela Sage e que engloba já mais de trinta instituições.

Há pouco tempo, fiz alusão a uma outra rede social, Hypotheses, pertencente à Cléo (Centre pour l’édition électronique ouverte), também dedicada às ciências sociais e humanas.

COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL NO PALÁCIO DE BELÉM

Além das alocuções do Presidente da República e dos anteriores presidentes, as comemorações no Palácio de Belém englobam música da banda da Guarda Nacional Republicana, Bernardo Sassetti e Mário Laginha, grupo coral Os Ceifeiros de Cuba, grupo de concertinas da Associação Cultural e Recreativa As Palmeiras de Castelo Branco e grupo de cavaquinhas da Casa do Concelho de Arcos de Valdevez.

IMPRESA – 3

“Em declarações à Lusa, António Pinto Ribeiro, representante da Investoffice, detida a 99,9 por cento pela Ongoing, na assembleia de acionistas do grupo dono da SIC e do Expresso, defendeu que «Pinto Balsemão quer fechar a Impresa apesar de ser uma sociedade aberta e não quer que ninguém tenha uma intervenção nessa sociedade ainda que legalmente tenha direito»” (Económico).

O jornal Diário Económico é detido pela Ongoing, com interesses igualmente na Portugal Telecom, Zon Multimedia e Espírito Santo Financial Group. Há meses, circulou a informação que a Ongoing estaria compradora da TVI, o canal comercial que concorre com a SIC. Na semana passada, a Ongoing apresentou resultados líquidos 236 milhões de euros referentes a 2010. António Pinto Ribeiro, antigo ministro da Cultura, era um dos nomes indicados pelo grupo para entrar na administração da Impresa.

PEGADA

M. (admitamos ser esse o seu verdadeiro nome) comprou uma mobília escandinava adequada à dimensão da sua cozinha, com os equipamentos encastrados. Ficou tudo brilhante, com M. contente e a fazer a publicidade correspondente. Havia até espaço para remédios, ímans no frigorífico, lembretes próprios e recados para a família. O tempo foi acrescentando objectos, frascos de compota, documentos para fazer um livro de culinária, recordações de locais visitados. Nos tempos livres, M. pinta a óleo. Um dia, pôs a loiça na máquina de lavar e, depois da lavagem, abriu a porta e deixou exposta a loiça. Ficou uma instalação. Agora, há visitas guiadas à cozinha.

“a mulher sem meter o pé faz pegada” é uma variante de “a mulher, sem pôr o pé faz pegada”.